De um lado, homens e mulheres que buscam restos de alimentos em caçambas de lixo. Do outro, supermercados que comercializam sobras de peixe, peles de frango e até mesmo ossos de boi. Cenas como essas têm sido cada vez mais comuns de Norte a Sul do Brasil.
Regredimos. Voltamos ao Mapa da Fome, de onde estávamos distantes há quase 10 anos. Milhões de brasileiros e brasileiras voltaram a conviver com os efeitos da insegurança alimentar.
Chegou a hora de combater a insegurança alimentar também com o nosso voto. Eleger candidatos e candidatas comprometidos com essa luta é vital para devolvermos a dignidade do nosso povo.
O que é a insegurança alimentar?
Nutricionistas definem a insegurança alimentar como a falta de acesso permanente, em quantidade e qualidade, de alimentos necessários para a sobrevivência humana. Quando isso acontece, o simples ato de fazer uma refeição saudável, um de nossos direitos básicos, é violado.
O combate à fome foi um compromisso firmado por Lula na posse para o seu primeiro mandato como presidente da República, em 2003. A partir dali, foram desenvolvidas muitas iniciativas a fim de priorizar a segurança alimentar e nutricional das famílias brasileiras. Isso não era um tema novo na agenda política, mas foi com Lula que passou a ser uma prioridade concreta de governo. As ações continuaram no seu segundo mandato e nas gestões de Dilma.
Com vontade política, Lula e Dilma tiraram o nosso país do Mapa da Fome, feito histórico alcançado em 2014. Eles não mediram esforços para isso e tiveram o Programa Mundial de Alimentação (PMA) da Organização das Nações Unidas (ONU) como um importante parceiro.
Entre 2014 e 2016, viviam em insegurança alimentar (leve, moderada ou grave) 3,9 milhões de pessoas, o equivalente a apenas 1,9% da população do país. No biênio 2019/2021, esse número subiu para 61,3 milhões de pessoas, o equivalente a 30% da população.
Desse total, 15,4 milhões de homens e mulheres, adultos e crianças, protagonizam o enredo mais perverso dessa realidade. Ou seja, ficam sem comida, passam fome ou não têm alimentos na despensa por um dia ou mais. As informações constam no relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).
Contudo, esses lamentáveis índices devem ser ainda maiores. Segundo o Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia de Covid-19, 125,2 milhões de pessoas convivem com a fome em algum grau, o que corresponde a 58,7% da população. O aumento é de 68% quando comparado a 2018.
Estamos em um grave patamar, semelhante ao que era registrado na década de 1990. Somente a união e o voto consciente farão com que esse cenário sombrio volte a ficar no passado!
O que nos fez voltar ao triste Mapa da Fome?
Em julho de 2022, voltamos oficialmente ao Mapa da Fome. Os impactos causados pela pandemia de covid-19 contribuíram para o agravamento da desigualdade social em nosso país.
No entanto, o desmonte de políticas públicas, antes mesmo da crise sanitária, foi o principal responsável pelo retorno da insegurança alimentar. Os anos de 2016 e 2017 ficaram marcados pela redução de recursos destinados ao combate à fome e ao fortalecimento da agricultura familiar, por exemplo.
Diante de menos investimentos no campo, o que se viu foi o aumento da fome, tanto nas áreas rurais quanto nos centros urbanos. Com menos alimentos produzidos, a cidade é quem enfrenta o encarecimento de preços.
Em cenários desfavoráveis como o causado pela covid-19, o orçamento das famílias aperta, e há sérias dificuldades para comprar comida. Por isso, a atuação do governo federal é tão importante!
Porém, o que se viu, principalmente no auge das restrições de circulação, em 2020, foi o pagamento de um auxílio insuficiente para suprir as necessidades de pais e mães de família. Além disso, em 2021, o atual governo criou o Auxílio Brasil, em substituição ao Bolsa Família, com 22 milhões de beneficiários a menos.
Por que revogar um programa de transferência de renda que é referência mundial? Como fica o enorme contingente populacional afetado pelas mudanças? Essas são apenas algumas das perguntas que Bolsonaro e a sua equipe jamais responderam.
Os impactos da insegurança alimentar
Quando a alimentação inadequada ou a fome se fazem presentes em uma sociedade, não há bem-estar e nem qualidade de vida. As pessoas passam a conviver com uma série de consequências nada agradáveis em suas vidas. Entre as principais, estão:
Perda da identidade e da dignidade
Muitos cidadãos que agora convivem com a fome trabalhavam com carteira assinada. Com a chegada da crise, foi preciso fazer escolhas: comer ou pagar o aluguel, por exemplo? A insegurança alimentar faz com que homens e mulheres percam as suas identidades e, com a ausência de políticas públicas de assistência, também a dignidade.
Redução de nutrientes fundamentais para o organismo
A fome também reduz drasticamente os níveis de ferro, iodo e zinco. Esses são alguns dos nutrientes que são muito importantes para o metabolismo. Juntos, eles aumentam a resistência a infecções, previnem doenças como o diabetes, entre outras funções.
Prejuízo à saúde mental
Quando o direito à alimentação é violado, a saúde mental também sente. Não fazer refeições saudáveis e conviver com a escassez de alimentos causa um intenso sofrimento psíquico. Além disso, a falta de minerais causa atraso cognitivo e problemas de aprendizagem, principalmente em crianças.
Como combater a insegurança alimentar?
Para garantir a segurança alimentar do nosso povo, precisamos de uma bancada comprometida na Câmara dos Deputados. Conheça as propostas de Denise Pessôa:
• Retomada da centralidade e urgência no enfrentamento da fome e da pobreza, assim como a garantia dos direitos à segurança alimentar e nutricional e à assistência social
• Fortalecimento de políticas públicas de enfrentamento da fome e da extrema pobreza
• Reorganização e robustez de programas de transferência de renda e de distribuição de alimentos para as famílias que vivem em vulnerabilidade social, incluindo a população de rua e os imigrantes
• Urgência da retomada do programa Bolsa Família, em seu desenho original, com a imediata inclusão de todas as pessoas em situação de pobreza e extrema pobreza, além da criação de mecanismos de atualização periódica dos valores pela inflação
• Ampliação da produção de alimentos saudáveis, por meio de medidas que reduzam os custos de produção e o preço de comercialização, fomentando a produção orgânica e incentivando os sistemas alimentares com parâmetros de sustentabilidade, de respeito aos territórios e de democratização na posse e no uso da terra
• Políticas que subsidiem o acesso e o consumo de alimentos saudáveis para a população pobre nas cidades, por meio de equipamentos públicos de segurança alimentar e nutricional, como Bancos de Alimentos, Cozinhas Comunitárias e Restaurantes Populares
• Ações que garantam o acesso à água potável e segura para o consumo humano e para a produção de alimentos, preservando as nascentes e garantindo o uso racional desse bem
• Reconstrução e fortalecimento do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e ações de inclusão produtiva no campo e nas cidades, em todo o território gaúcho, aliando escala e respeito às diversidades regionais
O SUAS e a segurança alimentar
O SUAS precisa ser consolidado e fortalecido, pois ele visa oferecer serviços básicos uniformizados em todo o país, acessados por uma única porta de entrada e, ao mesmo tempo, organizados em cada região. Ou seja, oferecidos próximos das famílias em situação de vulnerabilidade social.
Entre os programas de segurança alimentar e nutricional do SUAS estão os Restaurantes Populares, a Educação para Alimentação Saudável, os Bancos de Alimentos e o Programa de Acesso à Alimentação. O último se destaca pela distribuição de cestas básicas.
Para enfrentar a realidade da insegurança alimentar, é necessário articular as atividades de diferentes esferas de governo e integrar esforços entre os poderes Executivo e Legislativo. Só assim é possível derrotarmos a fome!
→ E sobre outros temas importantes para o Brasil, quais são os planos da Denise como deputada federal? Conheça neste conjunto de artigos
→ Fica por dentro da campanha! Te inscreve pra receber informações exclusivas direto no teu e-mail: