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Basta de racismo, vamos construir uma cultura de paz!

Vivemos até agora, no Brasil, 350 anos de um regime escravocrata contra 135 anos sem escravidão. Fomos considerados propriedade dos brancos, violentados por mais do que o dobro do tempo em que estivemos “livres”. Nossa sociedade está atrasada e deve o respeito, o reconhecimento e a dignidade aos negros e negras – uma dívida histórica. Sabemos que racismo é crime inafiançável, mas continua presente no cotidiano. Você reconhece como ele se perpetua?

Desde as entrevistas de emprego em que negros são rejeitados por “não serem o perfil que a empresa busca”, quando pessoas são “confundidas com assaltantes” por serem negras, na ausência de profissionais negros em cargos de gestão. Mesmo no auge da pandemia de Covid-19, a desigualdade racial mostrou sua face: 7 em cada 10 trabalhadores que perderam o emprego eram negros, segundo pesquisa do Dieese. Outro estudo da PUC-Rio revelou que, enquanto a pandemia vitimou 38% dos brancos, ela tirou a vida de 55% dos negros.

A estrutura social foi criada baseada na ideia de que negros são inferiores. Um reflexo disso é o pouco ou nenhum apoio financeiro para a organização do carnaval, uma festividade popular tradicional do povo negro. Enquanto isso, quase sempre há recursos para festas de tradição alemã e italiana – e é ótimo que haja! Porém, por que algumas tradições são apoiadas e outras não? E por que as não apoiadas são frequentemente negras? Não podemos nos calar diante da injustiça.

Precisamos de políticas públicas que fortaleçam a presença de pessoas negras em universidades e espaços de decisão, garantindo seu acesso a oportunidades negadas. Afinal, quando a escravidão foi abolida, que garantias e direitos receberam os negros e negras? Terra? Casas? Alguma indenização para começar uma vida “livre”? Nada. Afinal, não éramos considerados pessoas para ter direito à propriedade. Isso levou o povo negro às encostas, morros, periferias.

Já passou da hora de reconhecermos a importância de reunirmos esforços para combater toda forma de desigualdade racial. Para que nossas crianças cresçam em um mundo menos violento – Basta de racismo, vamos construir uma cultura de paz!

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